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sábado, 23 de abril de 2011

Promessas do Sol

Mais uma obra de Milton Nascimento que trata da questão indígena, Promessas ao Sol é uma canção cuja letra é uma resposta às visões estereotipadas que nós, brasileiros, temos destas sociedades. Tais visões têm em comum uma ferrenha negação da história: das contingências políticas e sociais resultantes de 500 anos de guerra, dominação e erradicação de culturas, os quais marcaram a "construção da pátria" Brasil.
Milton é acompanhado pelo grupo chileno Água, com Nelson Araya (voz, violão e bandolim), Leopoldo Polo Cabrera (voz e charango), Nano Stuven (flauta), Oscar Ratón Pérez (violão e bandolim), e Pedro Jara (percussão). A canção foi lançada em 1976 no álbum Geraes, que vendeu mais de 1 milhão de cópias.
Pois é, meus caros jovens do Alto São Francisco, o presente não é contínuo e nem só de Cláudia Leite e Luan Santana é feita a nossa música popular brasileira.


Promessas do Sol
Milton Nascimento & Fernando Brant

Você me quer forte
E eu não sou forte mais
Sou o fim da raça, o velho que se foi
Chamo pela lua de prata pra me salvar
Rezo pelos deuses da mata pra me matar

Você me quer belo
E eu não sou belo mais
Me levaram tudo que um homem podia ter
Me cortaram o corpo à faca sem terminar
Me deixaram vivo, sem sangue, apodrecer

Você me quer justo
E eu não sou justo mais
Promessas de sol já não queimam meu coração
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
Que tragédia é essaque cai sobre todos nós?

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