Modelo 3D - Cálice funerário Jê

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Desenhos pré-históricos no Piauí exibem marcas de tiros

Marina Lang
da São Paulo

Numa disputa com o governo federal, de quem espera receber recursos para manter, nos rincões do Piauí, um museu a céu aberto com desenhos rupestres de até 50 mil anos, segundo a Unesco, a arqueóloga paulista Niède Guidon faz alarde sobre as marcas de tiros nas pinturas.
A pesquisadora diz temer pela segurança dos 300 sítios arqueológicos e 25 mil pinturas rupestres que descobriu, em 1970, no parque nacional da Serra da Capivara. E afirma que o vandalismo foi praticado "há três anos", supostamente por caçadores. Já o ICMbio, órgão federal que deveria zelar pela área, contesta: diz que as pinturas foram violadas há dez anos (Leia na Folha de São Paulo). 
Isolado, esse sítio arqueológico que conta a história de homens ancestrais fica numa paisagem semiárida e exibe curiosas formações rochosas areníticas, cânions e encostas escarpadas. Há 19 anos, Niède Guidon cuida desse achado arqueológico no parque nacional.
O local se tornou patrimônio cultural da humanidade, um título concedido pela Unesco, em 1991. Tensa, a relação entre a pesquisadora e as autoridades está num momento crítico. Ela declara que as obras do aeroporto internacional de São Raimundo Nonato (PI) têm ritmo lento há 11 anos.
E credita a morosidade "a desvios de verbas públicas".
"São diversas as figuras humanas com marcas de balas; acho que o Brasil está deixando de lado um patrimônio que tem um valor imenso e que pode mudar a história do Piauí", diz Guidon. 

Pinturas rupestres violadas no parque nacional piauiense. Niede Guidon/Arquivo Pessoal

Leia a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva concedida por ela à Folha por telefone:


Folha - Há pinturas da Pré-História no parque que datam de quase 30 mil anos. Quem danificou esse patrimônio?

Niède Guidon - Os caçadores. Ou outras pessoas, eu não posso dizer com exatidão; mas estão brincando de atirar nas figuras. São diversas figuras humanas, desenhos pré-históricos, que estão com marca de tiros.

Quando a sra. notou os tiros?

Eu comecei a ver, mas, por problemas de saúde, não vou todo o dia aos locais: são mais de 1.800 sítios [o site da Unesco, whc.unesco.org/en/list/606, menciona mais de 300]. Há três anos comecei a ver isso, os tiros foram registrados na mesma época. Costumava ir lá todos os dias, mas agora já não posso, por problema de saúde.

Autoridades foram informadas dos danos às pinturas?

Sim, informamos. Em São Raimundo Nonato há escritório do Iphan [o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]. Comunicamos a eles, mas a representação aqui não pode fazer nada, há só uma pessoa, com pouco recurso governamental.

Foi aberta uma queixa na polícia sobre os tiros nas pinturas?

Não, não adianta reclamar na polícia. A polícia mal dá conta do que se tem a fazer na cidade. As autoridades em geral moram na capital, Teresina, ficam poucos dias aqui. O Piauí funciona desse jeito. Não adianta dar parte... 
Agora estão falando na criação de um batalhão ambiental, mas se fala disso há tempos. Aparentemente, o governo não tem dinheiro.

E quanto à Unesco, ela está ciente da situação?

Também já passei as informações para a Unesco, que não pode interferir num assunto nacional. Mas podem tirar o título de patrimônio. Não se fala disso, porque enquanto pudermos aguentar, ficamos. O Brasil está deixando de lado um patrimônio que tem um valor imenso, que pode mudar a história do Piauí.

Formação rochosa chamada Baixão das Andorinhas, no parque nacional da serra da Capivara. Mara Gama/Folhapress

Existe a possibilidade de vocês saírem do parque?

Se não houver dinheiro, não tem como fazer. O parque é imenso, 250 km de perímetro, precisa de R$ 5 milhões [o parque recebeu a metade disso no ano passado]. 
O problema é o aeroporto. Nosso projeto é autossustentável, mas depende do aeroporto para funcionar. Em 1996, conseguimos que o governo federal construísse um aeroporto. No ano seguinte, foi a primeira liberação de verbas, mas não sei por que cargas-d'água o governo manda as verbas para o governo do Piauí. Esse dinheiro sumiu, foi usado na campanha eleitoral de 1998. A obra só foi iniciada em 2004. 
Os turistas reclamam da dificuldade de chegar. As estradas aqui são perigosíssimas, estreitas, cheias de buraco. É uma aventura vir para cá e nossos turistas são geralmente pessoas de certa idade. 
Não há dinheiro suficiente para manter o parque, nem gente. Pessoas capacitadas também deveriam ser mandadas para o interior.

Qual seria a solução para a questão do aeroporto?

A presidente Dilma privatizou vários aeroportos. Se conseguíssemos privatização, aí pronto, estaria tudo salvo. Como o parque é um destino turístico que poderia receber turistas na Copa de 2014, há empresas estrangeiras que estão interessadas em construir hotéis aqui e em terminar o aeroporto.

Existe contrapartida das autoridades sobre a privatização?

Não sei, estamos aguardando uma definição. Espero que a administração federal tenha bom senso para privatizar o terminal e desenvolver o turismo arqueológico e natural daqui.

Se a verba cessar, o que acontece com a manutenção?

O parque nacional da Serra da Capivara acaba, não há como mantê-lo. Tínhamos R$ 8.000 em caixa; nossa salvação foi a Petrobras, que nos depositou dinheiro por meio da Lei Rouanet. Temos verba para três meses.

O que a sra. ganha com a manutenção do parque?


Não ganho nada; sou aposentada pelo governo francês. Não se pode destruir isso. O que nos faz lutar é o sentimento de que não pode se perder esse patrimônio. 

Publicado na Folha de São Paulo em 28/07/2011 - 07h50 

Nota: Você pode conferir uma mostra de slides sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara na sala de audiovisual do MAC. O horário de visitação está aí ao lado, a esquerda. 

MAC: sua natureza e proposta

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

DICA do MAC:

Todas as matérias desta página estão na forma de hipertextos. Geralmente, todas as palavras na cor vermelha são, na verdade, atalhos (links) que acionam a abertura de outras páginas na internet.
Amplie seu conhecimento, é só clicar! 

terça-feira, 26 de julho de 2011

Gruta famosa por arte pré-histórica resiste ao tempo e a turistas

da EFE

Totalmente fechada ao público desde 1963, depois de ocorrerem contaminações, a gruta francesa de Lascaux, na França, obra-prima da arte pré-histórica, resiste ao tempo.

Veja a galeria de fotos  na Folha de São Paulo


Há um portão fechado com a placa de Monumentos Históricos e uma câmara de vigilância no meio dos carvalhos que crescem na colina de Montignac.
Difícil de suspeitar que, a apenas alguns metros sob a terra, atrás de um pesado portão de bronze envelhecido, existem vacas vermelhas, bisões negros, cavalos ocres e cabritos monteses pré-históricos de 18 mil anos.
Apesar da presença de cabos elétricos e de mastros metálicos suportando toda uma bateria de aparelhos de vigilância ligados à superfície, a emoção de ver os desenhos é a mesma da época de sua descoberta. 
Até para Jean Clottes, especialista de arte parietal que conhece bem a gruta. Ele se lembra, ainda, das lágrimas de emoção que derramou por ocasião de sua primeira visita, em 1960.
Antes mesmo de sua descoberta fortuita, em 1940, Lascaux havia sofrido "alterações consideráveis", destaca Muriel Mauriac
, conservador da gruta.

Cavalos selvagens e bois domésticos pintados na caverna de Lascaux, ao sul
da França. Bertrand Rieger/France Presse.

TURISTAS
Além de fenômenos lentos e naturais, a invasão súbita do turismo de massa, alguns anos mais tarde, foi muito violenta - erros pelos quais Lascaux ainda paga o preço.
"A gruta foi completamente perturbada. Durante a adaptação, em 1947, foram retirados 600 metros cúbicos de sedimentos", lembra Clottes.
A modificação era para se instalar uma entrada e concretar o solo, além de instalar uma iluminação para facilitar o acesso ao público. "Isso causou mudança total na atmosfera da gruta, sem nenhum estudo prévio", lamenta.
O outro choque: antes de seu fechamento, em 1963, até 2.000 turistas percorreram por dia suas estreitas passagens, sem qualquer precaução.
"O maior problema de Lascaux é que foi rompido um equilíbrio. Uma gruta é um organismo vivo, em estado de equilíbrio instável, como o corpo humano", comenta Jean Clottes.

ALGAS E MANCHAS
Seguiu-se uma invasão de algas verdes em 1960 e, depois apareceram manchas brancas provocadas pela proliferação de um fungo, no final 1999.
Mais recentemente, outras manchas, agora negras, foram observadas, mas parecem em regressão, segundo cientistas. 
O visitante que deseja penetrar no santuário deve cumprir os rituais parecidos aos exigidos numa sala de cirurgia: é preciso cobrir os sapatos, usar luvas e roupões esterilizados de plástico.
Após um primeiro crivo, chega-se ao "pulmão artificial" da gruta, de onde os técnicos trabalham para manter uma temperatura constante, a fim de captar a umidade sem influir nos deslocamentos de ar.
"O princípio de base, é causar menos perturbações. É como um grande doente, tenta-se não agredi-lo", sorri Clottes.
Apesar de sua idade avançada, os afrescos são comoventes, apesar da presença dos fungos indesejáveis, hoje limitados a alguns traços acizentados.
A presença humana na gruta não deve ultrapassar o equivalente a 800 horas por ano. Nestas condições, será possível, um dia, reabrir a gruta ao público? "Não", responde categórico, acrescentando, depois, num suspiro: "Não num futuro previsível."

Publicado na Folha de São Paulo em 25/07/2011 - 18h38

Nota: um importante alerta para nossa região, tão rica em cavernas e sítios arqueológicos pré-históricos. Abrir tais locais para o turismo é um empreendimento complexo, que requer a execução de um plano de manejo, para que sejam controlados e mitigados os impactos decorrentes da visitação pública.

Educação Patrimonial no Museu

No dia 08 de julho o MAC recebeu um grupo de 27 funcionários da empresa Brasical, a fim de realizar uma oficina de educação patrimonial, organizada pelo Prof. Pablo Lima e a estudante em Pedagogia Laís German, ambos da Faculdade de Educação da UFMG (FAE) e pela equipe do MAC. Esta oficina integra o projeto de resgate do sítio arqueológico Amargoso.
As atividades tiveram início com uma palestra, ministrada pelo arqueólogo Gilmar Henriques, que tratou do patrimônio arqueológico do Carste do Alto São Francisco. Depois o grupo participou de uma visita guiada à exposição permanente do museu, intitulada Pré-história do Carste do Alto São Francisco, quando os visitantes puderam ter contato direto com um sem número de artefatos indígenas que remontam a ocupações humanas com idades que vão de 500 a 9.000 anos.


Um segundo momento da oficina pautou-se por uma discussão - a partir de uma perspectiva histórica  - sobre o sentido dos termos cultura e patrimônio cultural. O debate focou a importância da comunidade conhecer e valorizar seu patrimônio, envolvendo-se em sua preservação e proteção.
Nesse sentido, foi ressaltada a necessidade da elaboração e execução de projetos no campo do patrimônio cultural, justamente para divulgação de conceitos básicos da legislação brasileira que trata do assunto, para que a comunidade participe das decisões referentes a seus bens coletivos e, dessa maneira, exerça plenamente a cidadania.
A oficina foi encerrada com uma reflexão descontraída sobre a participação popular nas políticas de proteção e preservação do patrimônio cultural. A discussão foi feita a partir de conceitos trabalhados ao longo do dia e de um vídeo divertido que apresentava uma situação insólita: um draconiano decreto de destruição e inundação de uma cidade em função do futuro desvio do rio São Francisco.
Tal decreto será executado por ninguém menos que Muammar Gadhafi, o novo inimigo do ocidente. Na edição foram utilizadas imagens da TV Estatal da Líbia e do longametragem brasileiro de 2003 "Narradores de Javé", o qual teve direção de Eliane Caffé e roteiro de Eliane Caffé e Luiz Alberto de Abreu.



Apoio:

segunda-feira, 25 de julho de 2011

MAC recebe artefatos Marubo

O museu recebeu recentemente uma doação preciosa. Trata-se de três artefatos indígenas: uma belíssima lança e dois vasilhames cerâmicos. O painense Elisson Castro Alves que trabalha na Fundação Nacional da Saúde (Funasa), em Atalaia do Norte, no Estado do Amazonas, adquiriu os artefatos ao longo de seus trabalhos junto aos Marubo, a fim de integrá-los no acervo do MAC.
Os Marubo são um grupo indígena que vive no alto curso dos rios Curuçá e Ituí, na bacia do Javari, na Terra Indígena Vale do Javari, junto com os Korubo, Mayá, Matis, Matsés, Kanamari, Kulina Pano, entre outros povos isolados. É uma região cheia de pequenas colinas, com cimos não raro ligados por cristas entre si, coberta pela floresta amazônica (Fonte: Instituto Socio Ambiental - ISA).
Os três artefatos que o museu recebeu são utilitários, de uso cotidiano, as mulheres Marubo utilizam este tipo de vasilhame cerâmico para servir bebidas e alimentos. Já a lança, utilizada em confrontos, vem caindo em desuso, mas ainda é um artefato comum entre os homens. Ela foi fabricada sobre uma peça inteiriça do cerne de uma palmeira.

1 a 3.  Lança e vasilhas Marubo integradas ao acervo do MAC. 4. Expedição da Funasa ao Vale do rio Javari, em Atalaia do Norte - AM. 5. Rio Ituí, afluente do rio Javari. 6 e 7. Aldeia indígena no vale do rio Ituí.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

MPE-MG e MPF exigem atuação do IBAMA e ICMBIO no licenciamento ambiental de áreas com presença de cavernas

Enviado por Marcos Miranda

AÇÃO PROPOSTA PELO MPE-MG E PELO MPF EXIGE ATUAÇÃO DO IBAMA E ICMBIO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE ATIVIDADES IMPACTANTES DO PATRIMÔNIO ESPELEOLÓGICO

Foi proposta em 13/07/2011, perante a Justiça Federal de Belo Horizonte, ação civil pública pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal em face do IBAMA, ICMBio e Estado de Minas Gerais com o objetivo de assegurar a proteção do patrimônio espeleológico brasileiro, que é integrado por grutas e cavernas.
Segundo apurado, apesar dos bens espeleológicos integrarem o patrimônio da União e por estarem protegidos pelo Decreto 99.556/90, com a revogação do § 1º do art. 4º. da Resolução CONAMA 347/2004, os órgãos ambientais passaram a considerar que não haveria mais necessidade da anuência do IBAMA ou do ICMBIO (no caso de cavidades inseridas em unidades de conservação federais) para os processos de licenciamento ambiental em curso perante os órgãos estaduais, apesar da existência de outras normas sobre o tema que exigem a atuação das autarquias federais.
Tal estado de coisas tem especial relevo para o Estado de Minas Gerais, onde existem cerca de 2.284 (dois mil duzentos e oitenta e quatro) sítios espeleológicos cadastrados (CECAV, 2008), o que corresponde a aproximadamente de 1/3 (um terço) do total brasileiro. Ademais, os órgãos ambientais estaduais não contam com profissionais habilitados para avaliar os impactos ao patrimônio espeleológico.
De acordo com o Promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda e com a Procuradora da República Mirian Moreira Lima, que assinam a ação, as atividades econômicas desenvolvidas em área de ocorrência de sítios espeleológicos, que são bens da União e detentores de importantíssimos atributos naturais e culturais, se submetem a regramentos próprios, que objetivam a sua compatibilização com a proteção do meio ambiente e do patrimônio cultural e, em obediência a tais normas, indispensável se faz a avaliação e prévia anuência do IBAMA ou do ICMBio, conforme o caso.
Por isso, requereu-se que o IBAMA e o ICMBIO sejam condenados em obrigação de fazer consistente em analisar e se manifestar, prestando ou negando anuência, nos processos de licenciamento ou autorização ambiental em curso nos órgãos estaduais competentes para a localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades, considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou degradadores do patrimônio espeleológico ou de sua área de influência, sob pena de multa cominatória no importe de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para cada ato omissivo, sem prejuízo da responsabilização penal e por ato de improbidade administrativa.
Quanto ao a o Estado de Minas Gerais, foi requerida a condenação em obrigação de não fazer consistente em não conceder qualquer tipo de autorização, licença, outorga ou permissão para a localização, construção, instalação, ampliação, modificação ou operação de empreendimentos e atividades, considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou degradadores do patrimônio espeleológico ou de sua área de influência, sem a prévia análise e anuência do IBAMA ou do ICMBIO, conforme o caso, em todos os processos ou procedimentos ambientais a seu cargo, sob pena de multa cominatória no importe de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para cada ato omissivo, sem prejuízo da responsabilização penal e por ato de improbidade administrativa. As medidas requeridas judicialmente em face dos órgãos haviam sido objeto de recomendação pelos autores, o que não foi atendido.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O MAC recebe grande urna funerária indígena

Na semana passada o MAC recebeu a guarda provisória de uma urna funerária indígena. Ela foi escavada em outubro de 2007, no sítio arqueológico Ninhal, localizado no vale do córrego do Capoeirão, tributário da margem esquerda do rio São Francisco, no município de Iguatama - MG.
O cemitério indígena foi identificado quando da aragem com maquinário pesado em uma lavoura de milho. uma equipe de arqueólogos do Setor de Arqueologia do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG fez uma intervenção emergencial no terreno, resgatando a urna funerária e grande quantidade de fragmentos cerâmicos, ossos e carvões.
Desde então todo material ficou depositado nas dependências da atual Faculdade em Meio Ambiente Alto São Francisco (ESMA). O material fragmentado foi resgatado em 2008, pelo arqueólgo Gilmar Henriques, que procedeu a sua curadoria no Laboratório de Etnoarqueologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Posteriormente, já no laboratório do MAC, a restauradora e arqueóloga Drª. Silvia Cunha Lima fez um  trabalho exaustivo, que resultou em duas peças restauradas, que compunham o acompanhamento funerário da urna (clique aqui, aqui e aqui, para ver fotos).
Recentemente, a Procuradoria da República em comum acordo com a 13ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) determinaram o traslado e permanência provisória da urna funerária nas dependências do MAC, aonde ela passará por trabalhos de curadoria, análise e conservação, para que seja em breve integrada à exposição pública.

Operação de traslado da urna funerária entre uma sala da ESMA (fotos 1 a 5), em Iguatama, e o laboratório de arqueologia do MAC, em Pains (fotos 8 e 9). Clique na imagem para ampliá-la.

Projeto de Acessibilidade

Clique na imagem para ampliá-la.
Rumando para completar seu projeto de acessibilidade, o MAC recebeu uma importante doação: um elevador / plataforma para ser utilizado por pessoas com necessidades especiais que venham visitar nossa exposição.
A doação é fruto de um termo de ajuste de conduta, um TAC, firmado em 2010 pela empresa SPE Barra da Paciência Energia S.A., em atendimento ao Ministério Público Estadual (MPMG) e à 13ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O modelo do elevador e seu local de instalação foram escolhidos de forma a causar o mínimo de impacto na fachada em estilo 'colonial' da sede do MAC.
O interior do edifício, portas e banheiros, e o próprio espaço expositivo, já são adaptados para a locomoção de cadeirantes e pessoas com necessidades especiais. Falta agora ser implantada uma pista regular ligando o elevador / plataforma até a área de estacionamento do museu, quando o projeto de acessibilidade do MAC ficará completo.

Cique aqui para acessar o Portal da Acessibilidade

Cique aqui para acessar a página da Acessibilidade Brasil

domingo, 10 de julho de 2011

Atividades no laboratório de Arqueologia

No mês de junho foram feitos os trabalhos de curadoria e análise do material lítico coletado no sítio arqueológico Amargoso, localizado na zona rural de Pains, e que fora recentemente escavado. Os trabalhos foram feitos pelos arqueólogos Vinícius Honorato e Gilmar Henriques.
Denomina-se "material lítico" a todo o vestígio arqueológico cuja matéria seja feita de rocha, vulgarmente  conhecido como "pedra lascada" ou "pedra polida". No sítio Amargoso só foram encontrados vestígios líticos de atividades de lascamento. Não foram identificados nem artefatos polidos nem cerâmica.
Foi feita limpeza de todo o mateiral, a triagem entre lascas, instrumentos retocados, núcleos, fragmentos e material bruto. Foram  registrados a ausência e presença de uma lista de atributos para cada lasca e cada instrumento identificado.
Os vestígios denotam uma indústria expedita, com grande ocorrência de lascas unipolares e instrumentos retocados que se tratam, muitas vezes, de fragmentos com gumes improvisados. 


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Relembrando o Mini-curso de Espeleologia

Na série "Relembrar é viver" um dos maiores destaques na recente trajetória do museu é o mini-curso de Introdução à Espeleologia, realizado nos dias 22 e 29 de maio de 2010. Ele foi organizado pelo Espeleo Grupo Pains (EPA), o público majoritário foi formado por integrantes do EPA e por 22 estudantes  do curso de Ciências Biológicas do Centro Universítário de Formiga (UNIFOR), que em dois sábados consecutivos, assistiram a palestras com os seguintes temas: 1) Espeleologia, Endocarste e Exocarste, ministrada pelo biólogo Lucélio Nativo; 2) Bioespeleologia, ministrada pelo biólogo Robson Zampaulo; 3) Exploração e Técnicas Verticais, ministrada pelo engº. ambiental Matheus Nativo e 4) Arqueologia Regional do Carste do Alto São Francisco, ministrada pelo arqueólogo Gilmar Henriques, diretor do MAC.

Cllique na imagem para ampliá-la.

1. Sede do MAC na cidade de Pains / MG, aonde foi feita a parte teórica do mini-curso. 2. Palestra sobre Exploração e Técnicas Verticais. 3. Palestra sobre Bioespeleologia. 4. Palestra sobre Espeleologia, Endocarste e Exocarste. 5. Palestra sobre a Arqueologia Regional do Carste do Alto São Francisco. 6. Estudantes do curso de Ciências Biológicas da UNIFOR.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

EPA visita o MAC

O MAC tem tido a honra de receber as reuniões do Espeleo Grupo Pains (EPA). O EPA é uma organização não governamental que atua há 16 anos na conscientização da população de Pains e região a cerca da importância da preservação ambiental para nossa vida em sociedade. Ela atua realizando cursos, eventos e ações de preservação.
Seus associados, em sua maior parte formada por jovens painenses, têm no grupo a oportunidade de se inteirar sobre a luta pela preservação ambiental e entrar em contato com a disciplina da espeleologia, de suma importância nos estudos ambientais do Carste do Alto São Francisco.
O MAC tem ainda no EPA um importante parceiro, pois grande parte do acervo de nossa exposição permanente, "Pré-histórica do Carste do Alto São Francisco: 12.000 anos a serem desvendados", é proveniente de sítios arqueológicos que foram identificados pelo grupo, em suas ações exploratórias. Tais descobertas foram comungadas com pesquisadores da UFMG e da USP, que vieram a conhecer e estudar estes locais, aumentando exponencialmente nosso conhecimento sobre o patrimônio arqueológico regional, e diversificando o acervo do museu.

clique na imagem para ampliá-la.
As reuniões do EPA ocorrem em tardes de sábado, de quinze em quinze dias, na sala de audiovisual do MAC. A reunião passada foi no dia 02 de julho, a próxima será no dia 16. Venha participar!

Contatos do grupo EPA:
"Ana Luisa" <analuasr@msn.com>

Para ver reportagens em que o grupo EPA é citado clique aqui, aqui e aqui.

A sala de audiovisual do MAC está a disposição para a realização de evento, de reuniões e palestras, de qualquer associação civil de interesse público e sem fins lucrativos. O horário de visitação e meios de contato podem ser vistos na barra lateral esquerda desta página.