Professora da Unirio usa aulas para editar verbetes na maior enciclopédia colaborativa do mundo e cria – ou recupera – cerca de 30 artigos sobre o Império Romano.
Por: Thiago Camelo
Quem foi Amiano Marcelino? Num movimento mais que previsível, vamos ao Google tirar a dúvida. Como esperado, a primeira referência a ele vem da Wikipédia. Confiamos no que está escrito ou vamos mais a fundo na pesquisa? Dúvida moderna.
Pois foi exatamente na tentativa de encontrar mais informações sobre Marcelino – um historiador do Império Romano – que Juliana Marques, professora de história antiga na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), atinou para outra questão: já que até ela, especializada no assunto, procurava informação na enciclopédia virtual colaborativa, não seria o momento de fazer um esforço acadêmico maior para que o conteúdo encontrado por lá estivesse mais correto?
O primeiro passo foi melhorar o verbete de Marcelino, que, segundo ela, estava péssimo. O segundo: encontrar alguma forma de trabalhar, com os alunos da universidade, a edição dos verbetes sobre história antiga.
A professora bateu a porta da Wikimedia Foundation, organização sem fins lucrativos que dirige a enciclopédia. Logo, o seu projeto estava inscrito no Global Education Program, iniciativa criada pela própria Wikipédia para auxiliar professores universitários ao redor do mundo.
Um blogue para divulgar a ideia também foi criado. No primeiro post, no início de 2011, Juliana parafraseou outros professores: "Se os alunos vão copiar mesmo, que pelo menos copiem alguma coisa decente", escreveu.
Em julho de 2011, Marques já estava em Boston, nos Estados Unidos, num encontro promovido pela Wikimedia Foundation com educadores e 'wikipedistas' experimentes.
Revisão do Império Romano
Na volta da viagem, finalmente, ministrou as primeiras aulas da disciplina 'A História Romana na Wikipédia' na Unirio. Marques juntou 25 alunos e, durante o segundo semestre de 2011, incumbiu-lhes uma tarefa: melhorar os verbetes em português sobre a civilização romana.
O resultado final do trabalho, com a edição de pelo menos uma dezena de artigos de temáticas distintas – do culto imperial à arquitetura da Roma Antiga –, está publicado na própria Wikipédia.
O 'Alô, Professor' esteve com Juliana na Unirio e fez a vídeo-entrevista abaixo, dividida por temas. Na conversa, a educadora contou a sua trajetória pré-web 2.0. Disse que sempre se interessou por arquitetura da informação, defendeu a concepção de 'voluntário' proposta pela Wikipédia, chamou atenção para o extermínio da ideia de autor que a enciclopédia propõe e – assertiva – afirmou: "A Wikipédia é uma enciclopédia muito nova, imagine-a daqui a uns 300 anos, que é o tempo dessas enciclopédias tradicionais; ela veio para ficar".
Assista às entrevistas com a Profª. Juliana Marques na Ciência Hoje On-Line.
Pois foi exatamente na tentativa de encontrar mais informações sobre Marcelino – um historiador do Império Romano – que Juliana Marques, professora de história antiga na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), atinou para outra questão: já que até ela, especializada no assunto, procurava informação na enciclopédia virtual colaborativa, não seria o momento de fazer um esforço acadêmico maior para que o conteúdo encontrado por lá estivesse mais correto?
O primeiro passo foi melhorar o verbete de Marcelino, que, segundo ela, estava péssimo. O segundo: encontrar alguma forma de trabalhar, com os alunos da universidade, a edição dos verbetes sobre história antiga.
A professora bateu a porta da Wikimedia Foundation, organização sem fins lucrativos que dirige a enciclopédia. Logo, o seu projeto estava inscrito no Global Education Program, iniciativa criada pela própria Wikipédia para auxiliar professores universitários ao redor do mundo.
Um blogue para divulgar a ideia também foi criado. No primeiro post, no início de 2011, Juliana parafraseou outros professores: "Se os alunos vão copiar mesmo, que pelo menos copiem alguma coisa decente", escreveu.
Em julho de 2011, Marques já estava em Boston, nos Estados Unidos, num encontro promovido pela Wikimedia Foundation com educadores e 'wikipedistas' experimentes.
Revisão do Império Romano
Na volta da viagem, finalmente, ministrou as primeiras aulas da disciplina 'A História Romana na Wikipédia' na Unirio. Marques juntou 25 alunos e, durante o segundo semestre de 2011, incumbiu-lhes uma tarefa: melhorar os verbetes em português sobre a civilização romana.
O resultado final do trabalho, com a edição de pelo menos uma dezena de artigos de temáticas distintas – do culto imperial à arquitetura da Roma Antiga –, está publicado na própria Wikipédia.
O 'Alô, Professor' esteve com Juliana na Unirio e fez a vídeo-entrevista abaixo, dividida por temas. Na conversa, a educadora contou a sua trajetória pré-web 2.0. Disse que sempre se interessou por arquitetura da informação, defendeu a concepção de 'voluntário' proposta pela Wikipédia, chamou atenção para o extermínio da ideia de autor que a enciclopédia propõe e – assertiva – afirmou: "A Wikipédia é uma enciclopédia muito nova, imagine-a daqui a uns 300 anos, que é o tempo dessas enciclopédias tradicionais; ela veio para ficar".
Assista às entrevistas com a Profª. Juliana Marques na Ciência Hoje On-Line.
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