Reconstituição fisionômica de Luzia, por Richard Neave (LEEH/IBUSP) |
Em julho passado, uma equipe do MAC esteve no Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH) do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IBUSP), a fim de realizar o traslado dos restos esqueletais provenientes de dois sepultamentos pré-históricos escavados no sítio arqueológico Loca do Suim.
A Loca do Suim é uma gruta situada no Morro da Menina, uma enorme formação calcária, um marco de paisagem, localizada na zona rural do município de Pains - MG. O sítio foi alvo de escavações arqueológicas entre os anos de 2003 e 2005, no âmbito de um projeto de mestrado desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Arqueologia do MAE, Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (clique aqui).
Estas escavações resultaram na coleta de material lítico, ossos de pequenos animais, sedimento arqueológico e dois sepultamentos humanos. Não havia, à época destas escavações, um museu que pudesse receber estes esqueletos, seja na região de Pains, seja no Estado de Minas Gerais. Foi quando o Prof. Walter Neves, coordenador do LEEH/IBUSP, aceitou receber e guardar os restos ósseos coletados na Loca do Suim. E não apenas isso, foi feita a curadoria e análise de todo o material, a fim de se identificar o número mínimo de indivíduos, seu sexo e a presença de patologias ósseas. Tais procedimentos foram descritos e tiveram seus resultados sintetizados em um relatório de curadoria produzido pelo LEEH¹.
Ambos os sepultamentos estavam muito fragmentados. Devido a sua antiguidade, comentada abaixo, estas estruturas arqueológicas, os sepultamentos, foram perturbados por eventos pósdeposicionais. Não há, por exemplo, crânios estruturados, mas apenas fragmentos. A curadoria constatou que em um dos sepultamentos, o Sep-I, haviam ossos de quatro indivíduos. Dois adultos: um homem com cerca de 20 anos de idade, e uma mulher com cerca de 45 anos de idade; além de duas crianças: um recém nascido e uma criança com cerca de 5 anos de idade. O esqueleto da mulher, denominado Sep-IB, é peculiar, pois foi cremado. Segundo o bioantropólogo André Strauss, que visitou o MAC há alguns meses, tais restos esqueletais constituem um dos mais antigos registros materiais de cremação do continente sul-americano. Já no outro sepultamento, o Sep-II, foram encontrados os restos esqueletais de apenas um indivíduo com cerca de 23 anos de idade, não tendo sido possível determinar seu sexo.
Estas escavações resultaram na coleta de material lítico, ossos de pequenos animais, sedimento arqueológico e dois sepultamentos humanos. Não havia, à época destas escavações, um museu que pudesse receber estes esqueletos, seja na região de Pains, seja no Estado de Minas Gerais. Foi quando o Prof. Walter Neves, coordenador do LEEH/IBUSP, aceitou receber e guardar os restos ósseos coletados na Loca do Suim. E não apenas isso, foi feita a curadoria e análise de todo o material, a fim de se identificar o número mínimo de indivíduos, seu sexo e a presença de patologias ósseas. Tais procedimentos foram descritos e tiveram seus resultados sintetizados em um relatório de curadoria produzido pelo LEEH¹.
Ambos os sepultamentos estavam muito fragmentados. Devido a sua antiguidade, comentada abaixo, estas estruturas arqueológicas, os sepultamentos, foram perturbados por eventos pósdeposicionais. Não há, por exemplo, crânios estruturados, mas apenas fragmentos. A curadoria constatou que em um dos sepultamentos, o Sep-I, haviam ossos de quatro indivíduos. Dois adultos: um homem com cerca de 20 anos de idade, e uma mulher com cerca de 45 anos de idade; além de duas crianças: um recém nascido e uma criança com cerca de 5 anos de idade. O esqueleto da mulher, denominado Sep-IB, é peculiar, pois foi cremado. Segundo o bioantropólogo André Strauss, que visitou o MAC há alguns meses, tais restos esqueletais constituem um dos mais antigos registros materiais de cremação do continente sul-americano. Já no outro sepultamento, o Sep-II, foram encontrados os restos esqueletais de apenas um indivíduo com cerca de 23 anos de idade, não tendo sido possível determinar seu sexo.
(LEEH/IBUSP) |
(LEEH/IBUSP) |
Todo este importante patrimônio cultural arqueológico foi trasladado para o Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco (MAC), na cidade de Pains - MG, aonde permanece depositado na reserva técnica destinada exclusivamente a materiais arqueológicos orgânicos, sala permanentemente fechada e climatizada. Quando a equipe do MAC foi buscar o material arqueológico na cidade de São Paulo -SP, ela teve a oportunidade de conhecer as instalações do LEEH e a exposição sobre evolução humana exibida nos corredores do IBUSP. Foi possível conhecer sepultamentos humanos pré-históricos que foram escavados no município de Lagoa Santa - MG, e que atualmente estão sob análise e estudo no LEEH. Foi mostrado também o esqueleto de uma preguiça gigante, animal extinto há milênios, da espécie Cantonyx cuvieri, que fora meticulosamente escavada e coletada no sítio paleontológico Gruta Cuvieri.
G. H.
¹ STRAUSS, André. M. & GLÓRIA, Pedro J. T. Relatório de Curadoria: esqueletos da Loca do Suim, Pains - MG. São Paulo: LEEH/IBUSP, 2007. In: KOOLE, Edward K. M. Pré-história da Província Cárstica do Alto São Francisco, Minas Gerais: a indústria lítica dos caçadores-coletores arcaicos. Anexo à dissertação de metrado. São Paulo: MAE/USP, 2007. p. 128-39.
Leia Também:
NEVES, Walter & PILÓ, Luís B. O Povo de Luzia: em busca dos primeiros americanos. São Paulo: Globo, 2008. 333 p.
Muito Bom post!
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