No último dia 19 um representante do MAC participou de uma visita ao sítio arqueológico Antônio Vitalino, na zona rural do município de Arcos - MG. Esta visita integra o programa de atividades do museu para a 13ª Semana de Museus, cujo tema deste ano é: "Museus para uma sociedade sustentável". O objetivo era observar o estado de preservação do sítio arqueológico e fazer um registro fotográfico para ser comparado com registros semelhantes feitos nos anos de 2002 e 2006.
Este sítio arqueológico está inserido em uma enorme formação de rocha calcária situada na margem direita do rio São Miguel, ela é conhecida como Morro do Quenta Sol, e alcança 866 metros de altitude. É um dos mais importantes marcos de paisagem no território do Carste do Alto São Francisco, delimitando o limite norte desta região. O Morro, propriamente dito, ocupa uma área superior a 350 hectares, se considerado seu entorno imediato, especialmente a várzea do rio São Miguel, a área supera 500 ha.
O Quenta Sol é uma formação que se destaca no relevo regional por sua extensão e volume. Um maciço rochoso que ainda está preservado das atividades de mineração e de desmatamento. É impressionante a cobertura vegetal de toda a área, marcada por uma densa formação florestal. Totalmente diferente das formações secundárias que ocorrem em outras áreas de nossa região, no Quenta Sol há áreas dominadas por árvores imensas, que aparentam ter uma idade recuada.
O Morro do Quenta Sol guarda um rico patrimônio espeleológico, composto por inúmeras cavidades naturais e feições típicas do carste: grutas, abrigos rochosos, lapiás, dolinas, corredores de diáclase, etc. Na área foram identificados diversos sítios arqueológicos, com um registro de ocupações de grupos indígenas caçadores coletores e de agricultores ceramistas. Nunca foram feitas datações radiocarbônicas nesta área, mas a julgar por medições feitas em outros locais do Carste regional, o patrimônio arqueológico ali presente pode corresponder a uma história indígena com 9 milênios de duração.
Neste conjunto destaca-se o sítio arqueológico Antônio Vitalino, uma gruta cuja entrada se conforma em uma ampla zona abrigada com cerca de 350 m² de área (fotos 1 a 4). A paisagem sob o abrigo rochoso é marcada por estranhas formações de concreções carbonáticas, escorrimentos e estalactites (foto 4). É nesta zona abrigada que se concentra o registro arqueológico, caracterizado por sedimento arqueológico, pinturas rupestres distribuídas em diferentes pontos do abrigo rochoso, fragmentos de cerâmica arqueológica (foto 5), material lítico, na forma de instrumentos retocados, lascas e percutores (foto 6 e 7).
O Morro do Quenta Sol guarda um rico patrimônio espeleológico, composto por inúmeras cavidades naturais e feições típicas do carste: grutas, abrigos rochosos, lapiás, dolinas, corredores de diáclase, etc. Na área foram identificados diversos sítios arqueológicos, com um registro de ocupações de grupos indígenas caçadores coletores e de agricultores ceramistas. Nunca foram feitas datações radiocarbônicas nesta área, mas a julgar por medições feitas em outros locais do Carste regional, o patrimônio arqueológico ali presente pode corresponder a uma história indígena com 9 milênios de duração.
Neste conjunto destaca-se o sítio arqueológico Antônio Vitalino, uma gruta cuja entrada se conforma em uma ampla zona abrigada com cerca de 350 m² de área (fotos 1 a 4). A paisagem sob o abrigo rochoso é marcada por estranhas formações de concreções carbonáticas, escorrimentos e estalactites (foto 4). É nesta zona abrigada que se concentra o registro arqueológico, caracterizado por sedimento arqueológico, pinturas rupestres distribuídas em diferentes pontos do abrigo rochoso, fragmentos de cerâmica arqueológica (foto 5), material lítico, na forma de instrumentos retocados, lascas e percutores (foto 6 e 7).
O conjunto de pinturas rupestres é o que mais chama a atenção neste sítio arqueológico. Em todo o Carste do Alto São Francisco, ao longo de 1.500 km², é conhecida apenas uma dezena de sítios arqueológicos com presença de arte rupestre indígena. O Morro do Quenta Sol conta com dois sítios arqueológicos deste tipo, o principal deles é o sítio Antônio Vitalino. Seu conjunto pictográfico conta com cerca de 50 figurações pintadas, a maior parte delas está degradada, seja por agentes naturais, seja por pichações contemporâneas. Este sítio foi visitado anteriormente nos anos de 2002 e 2006, desde então as ações de vandalismo parecem ter cessado, principalmente devido à restrição de circulação de pessoas por parte dos proprietários das fazendas em que o Quenta Sol está inserido.
As pinturas rupestres mais preservadas e evidentes foram executadas em monocromia vermelha (fotos 8 a 12). Há representações de quadrúpedes, cervídeos e tatus (?), e de geométricos (fotos 12). Os temas e forma de tratamento dos grafismos rupestres evocam uma cultura arqueológica brasileira denominada Tradição Planalto, presente em outras regiões da Bacia do Rio São Francisco, como no Carste de Lagoa Santa ou na Serra do Cabral. Esta tradição arqueológica é vinculada a ocupações de grupos indígenas caçadores coletores do período Arcaico. Tais grupos teriam ocupado nossa região em um período que vai de 8.000 a 4.000 anos atrás. Ainda que sejam poucas as datações radiocarbônicas obtidas até o momento as que foram feitas apontam nessa direção.
G. H.
Francisco, sabe me dizer as coordenadas e como chegar?
ResponderExcluirObrigada desde já!
Abraço,
Gabriela
https://www.openstreetmap.org/#map=17/-20.26077/-45.65968 por aqui é possível identificar e encontrar um caminho
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