No dia 19 de setembro o MAC, representado por seu diretor, participou de uma visita ao Parque Estadual do Sumidouro. A atividade foi organizada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e pela direção do Parque com o objetivo de apresentá-lo aos cientistas: Dr. Moorten Meldgaard, Prof. Niels Bonde, Hanne Strager e Kasper Hansen, todos representantes do Museu de História Natural da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca.
Os pesquisadores integram a comitiva do príncipe herdeiro Frederik André Henrik Christian, e de sua esposa, a princesa Mary Elizabeth, e estiveram no país por conta de um comodato que trouxe mais de 80 fósseis paleontológicos para o recém inaugurado Museu Peter Lund, na cidade de Lagoa Santa, cuja sede foi construída no Parque do Sumidouro, junto à gruta da Lapinha.
Assista a uma matéria jornalística sobre a inauguração (clique aqui)
Todo esse acervo foi escavado pelo naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880), que no século XIX realizou escavações em diferentes regiões cársticas da Bacia do rio São Francisco, como em Montes Claros, Sete Lagoas, Cordisburgo e Curvelo. Mas foi no carste de Lagoa Santa, entre os anos de 1839 e 1845 que ele realizou suas principais descobertas. Lund é considerado o "pai da paleontologia" no Brasil, além disso, suas reflexões sobre o chamado "Homem de Lagoa Santa" fazem com que muitos o considerem também um precursor da arqueologia em nosso país¹.
O circuito de visitação do qual participamos foi elaborado sob o conceito de "museu de território", e contempla uma série de locais e paisagens que se tornaram referências para a história das pesquisas paleontológicas e arqueológicas realizadas na região de Lagoa Santa. Foi feita uma visita à gruta da Lapinha, que recentemente passou por um plano de manejo e foi adaptada para a visitação turística. Em seguida foi feita uma visita à lagoa do Sumidouro e ao sítio arqueológico homônimo, escavado por Lund em meados do século XIX. O grupo rumou depois para a Casa de Fernão Dias, no distrito da Quinta do Sumidouro e finalizou o circuito de visitação no sítio arqueológico e monumento natural Maciço de Cerca Grande, que foi explorado por vários naturalistas e arqueólogos no séculos XIX e XX. Este maciço guarda inúmeras pinturas rupestres que foram produzidas por indígenas caçadores coletores há mais de 4.000 anos. No local é possível distinguir as figuras de cervídeos, aves, porcos selvagens (caititus) e outros quadrúpedes, pintados em monocromia nas cores amarelo ou vermelha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário