O Globo: "Dois mil negativos do antropólogo Darcy Ribeiro são descobertos e viram exposição."

RIO - Milton Guran achou um tesouro. Foi assim: em agosto, o fotógrafo e antropólogo recebeu um convite do Museu do Índio para fazer a curadoria da mostra "Primeiros contatos - Atrações e pacificações do SPI".

- Encontrei um conjunto de fotos de autoria do Darcy perdido entre milhares de documentos. São fotos excepcionais. Já trabalhei na Funai e já trabalhei no Museu do Índio, que hoje guarda o arquivo do SPI. E nunca soube da existência dessas fotos - diz Guran. - O Darcy foi um antropólogo, um educador, um romancista, um político. Mas o que nos interessa é o brasileiro que pensou o Brasil. O importante nas fotos é o olhar dele (clique aqui). [Extraído de: O Globo clique aqui]

Darcy Ribeiro (clique aqui) figura entre os mais importantes intelectuais das ciências humanas no Brasil do século XX. Nasceu em Montes Claros - MG, terra do Médio São Francisco, com rochedos calcários e sítios arqueológicos, como a Lapa Pintada (clique aqui). Dedicou-se ferinamente, de corpo e intelecto, a dois temas: os indígenas e a educação no Brasil.
Entre suas obras de referência estão os livros: "O Povo Brasileiro" e "Os Índios e a Civilização". Coordenou a implantação da Universidade de Brasília (UNB clique aqui) e concebeu o projeto dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs clique aqui), gerenciando sua implantação nos dois governos de Leonel Brizola (clique aqui e aqui), no Estado do Rio de Janeiro.
Os CIEPs constituíram a primeira experiência popular de educação integral no Brasil. Para citar uma de suas caraterísticas fundamentais: as crianças ficavam na escola das 08h às 17h. Infelizmente, o projeto foi enterrado pelos governos subseqüentes.